* 20/06/1912 + 02/09/1984
Nascido em Santos/SP começou a desenhar com apenas 6 anos de idade, quando ainda estava na escola infantil.
Reconhecida sua aptidão para o desenho, notabilizou-se pelas ilustrações e desenhos em bico-de-pena, retratando com habilidade e fidelidade, personagens e imagens do passado da cidade de Santos no início do século 20. Um período em que a fotografia ainda engatinhava, deixando um legado de valor inestimável para a história de Santos.
Como esportista, destacou-se na natação, e fez parte do time principal de pólo aquático do Clube Internacional de Regatas, destacando-se bastante no período de 1928 a 1933, ao lado de Alvaro Rocha, Lycurgo Toledo, Aboré Lisboa, René Almeida e Cassiano Netto, pioneiros nesta modalidade quando o clube era considerado o ” Gigante do Itapema ” e os jogos e treinos eram praticados no mar.
Seu perfil como artista autodidata, hoje considerado conservador e acadêmico por muitos desenhistas contemporâneos, nas décadas de 1940/50 atendia a demanda do mercado gráfico e garantia sua sobrevivência. Seus trabalhos ilustraram capas de revistas e jornais como A Tribuna e O Diário, em Santos, e alimentaram propaganda de cinemas e agências de publicidade da região.
Mas, um dos trabalhos que viria a marcar sua carreira, foram os desenhos que preparou para ilustrar os artigos que o historiador Costa e Silva Sobrinho, e que enriqueceram o livro lançado pelo pesquisador em 1953: ” Santos Noutros Tempos “. De um total de 47 ” bicos de pena ” 44 foram feitos por Lauro Ribeiro da Silva.
Lauro Ribeiro da Silva morreu aos 72 anos de idade, após um período curto de internação, e segundo consta em seu atestado de óbito, teria sofrido um infarto o miocárdio. Apesar da notoriedade de seu nome, sua morte não foi divulgada nos obituários dos jornais da cidade e passou despercebida pois não tinha parentes e os amigos não foram avisados.
Em 1990, a prefeita Telma de Souza promulgou decreto, perpetuando uma carneira para onde os restos mortais do emérito ilustrador santista foram transferidos, e estão até hoje, totalmente esquecidos…
por Gilmar Domingos de Oliveira
Fontes: pesquisas em jornais do período, diversas obras ilustradas pelo desenhista, certidões obtidas em cartórios e depoimentos de fontes preservadas.
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