Jiro Fujikura

Tenista da equipe japonesa na Copa Davis em 1935, foi trazido para o Brasil em 1936 pela Casa Tozan para defender o Tênis Clube de Santos. Dotado de excelente técnica, influenciou a geração de tenistas brasileiros que surgia na época. Suas vitórias sobre as melhores raquetes  do País durante quatro anos, transformaram seu nome numa lenda. A II Guerra Mundial prejudicou sua carreira, afastando-o das competições.

* 10/02/1914                + 25/06/1957

Nascido em Tóquio, filho de família tradicional, formou-se na Universidade de Meiji.

Iniciado no tênis ainda jovem, chegou a fazer parte da equipe japonesa que defendeu o Japão na Copa Davis em 1935.

Foi trazido para o Brasil em 1936 pelo superintendente da Casa Bancária Tozan, Fujio Mizukami, especialmente para defender o Tênis Clube de Santos, que criara o primeiro Campeonato Aberto do Brasil, em 1930 e precisava reforçar sua equipe.

Dotado de características técnicas inéditas na América do Sul, influenciou a formação de uma geração de grandes tenistas brasileiros, como Maneco Fernandes, Gin Goya e Vadico, que assimilaram com sucesso seus ensinamentos.

Suas vitórias sobre os melhores tenistas do País durante quatro anos, transformaram seu nome numa lenda. Ao lado de Alcides Procópio chegou a representar o Brasil na Argentina em 1937, e a possibilidade de jogar pelo País na Copa Davis chegou a ser considerada. Foi campeão paulista em 1936 e 1937, e venceu o Aberto da Cidade de Santos em 1937 e 1938.

A entrada do Japão na II Guerra Mundial, em dezembro de 1941, prejudicou sua trajetória esportiva, e a transferência para o interior do Estado, afastou-o das principais competições.

Casado com Yoshi Fujikura, antes de embarcar para Santos, tiveram uma filha no Brasil em 01 de fevereiro de 1946: Helena Mitsuko Fujikura, que o Almanaque Esportivo localizou na cidade portuária de Yokohama no Japão, com a ajuda da JTA – Associação Japonesa de Tênis.

Com o término da guerra, Jiro voltou à cena, e através do Esporte Clube Pinheiros, ( ex- Germânia ) retomou a disputa de torneios regionais. Esteve em  Santos em 1947, e ao lado de Ricardo Balbiers, participou do tradicional torneio do Tênis Clube novamente, mas já não era o mesmo.

Atormentado por doença hepática crônica, Jiro faleceu em 25/06/1957, em São Paulo, com apenas 43 anos. A espôsa e a filha voltaram para o Japão, e os seus restos mortais foram repatriados para o mausoléu da família em Tóquio.

por Gilmar Domingos de Oliveira
Fontes: jornais e revistas do período, e correspondência com a filha  de Fujikura, Mitsuko Anraku. Depoimentos de Maneco Fernandes e Vadico, em 2001 e 2002. Agradecimentos especias a JTA – Japan Tennis Association, e Yara Rovai do ECP.